quarta-feira, 19 de setembro de 2012

À sombra das Asas



Salmo 17:8,9
“Guarda-me como à menina do olho; esconde-me à sombra das tuas asas, dos ímpios que me despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam.”
Questão
oi O Salmista roga a Deus que o guarde à sombra das Suas asas, e ali o proteja dos seus inimigos. Como compreender o facto de este escritor atribuir asas a Deus?
Contexto bíblico
A primeira referência bíblica a asas é do próprio Deus pela pena de Moisés. Havendo chegado ao Monte Horebe, o povo é recordado da experiência recente ao sair do Egipto: “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias e vos trouxe a mim.” (Êx 19.4). E em Deuteronómio relembra o facto de modo que os israelitas reconhecessem e valorizassem Jahweh como o seu único Deus: “Como a águia desperta o seu ninho, adeja sobre os seus filhos e, estendendo as suas asas, toma-os e os leva sobre as suas asas, assim só o Senhor o guiou, e não havia com ele deus estranho.” (Dt 32.11,12).
Consideremos ainda as palavras que Boaz dirigiu a Rute, em virtude de ela o ter procurado, segundo o conselho de sua sogra: “O Senhor recompense o que fizeste, e te seja concedido pleno galardão da parte do Senhor Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.” (Rt 2.12). Por conseguinte, as asas são símbolo de refúgio, abrigo e proteção.
O salmista usa muito a expressão das asas para se referir a Deus como o verdadeiro abrigo, refúgio seguro, e protecção garantida. Ele afirma o seguinte: “Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas.” (Sl 36.7). “Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se refugia a minha alma; à sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as calamidades.” (Sl 57.1).
Ele usa também a analogia da rocha e da torre para ilustrar a acção de Deus por aqueles que O buscam e nele confiam: “Desde a extremidade da terra clamo a ti, estando abatido o meu coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu. Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte contra o inimigo. Deixa-me habitar no teu tabernáculo para sempre; dá que me abrigue no esconderijo das tuas asas.” (Sl 61.2-4).
“Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é ele a minha fortaleza; não serei grandemente abalado.” (Sl 62.1,2). “quando me lembro de ti no meu leito e medito em ti nas vigílias da noite, pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas.” (Sl 63.6,7).
Estar em Deus, viver com Deus, e obedecer a Deus, é como viver numa fortaleza em tempo de perigo. Ali há refúgio, abrigo e protecção. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.” (Sl 91.1,2). “O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.” (Sl 18.2). “Torre forte é o nome do Senhor; para ela corre o justo e está seguro.” (Pv 18:10).
Samuel regista também a experiência de David com Deus: “Davi dirigiu ao Senhor as palavras deste cântico, no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul, dizendo: O Senhor é o meu rochedo, a minha fortaleza e o meu libertador. É meu Deus, a minha rocha, nele confiarei; é o meu escudo, e a força da minha salvação, o meu alto retiro, e o meu refúgio. O meu Salvador; da violência tu me livras. Ao Senhor invocarei, pois é digno de louvor; assim serei salvo dos meus inimigos.” (2 Sm 22.1-4).
E Jesus, usando a mesma analogia, dirigiu a sua lamentação sobre Jerusalém, em virtude de ser rejeitado como foram os anteriores profetas: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!” (Mt 23.37).
Conclusão Por conseguinte, as asas são símbolo de refúgio, abrigo, e protecção em tempo de perigo. Enquanto Moisés, David e Samuel reconheciam em Deus um refúgio seguro e uma protecção em tempo de perigo, os contemporâneos de Jesus rejeitaram esse privilégio e foram espalhados por todo o mundo. Perderam a protecção da sombra do Senhor Todo-Poderoso, ficando à mercê dos caprichos humanos. Pagaram caro por sua incredulidade e desobediência. Hoje ainda podemos encontrar refúgio, abrigo e protecção à sombra das asas do divino Senhor pela fé naquele que deu a Sua vida por nós e ressuscitou.

Espelho dos Mártires II - Mártires Cristão (Filme Evangélico Completo) - Mirror of the Martyrs


Espelho dos Mártires I - Mártires Cristão (Filme Evangélico Completo) - Mirror of the Martyrs

A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRISTÃO

Textos: Mt. 6.6 – Mc. 1.35-45


INTRODUÇÃO: Existem pessoas que se tornam evangélicas por vários motivos: financeiros, políticos, entre outros. Os discípulos perguntaram a Jesus o que eles receberiam por terem deixado tudo para segui-LO (Mt. 19.27). Paulo atestou que muitos seguem a Cristo por razões diversas (Fp. 1.17,18). No estudo desta semana estudaremos a esse respeito, mostraremos que nem todas as motivações do cristão, em relação ao seguir a Cristo, são verdadeiras.

1. MOTIVAÇÕES E MOTIVAÇÕES: A palavra motivação, no dicionário, é definida como uma força interna que faz com que as pessoas tomem determinadas decisões e atitudes. As motivações são as mais diversas, e elas, na maioria das vezes, variam de pessoa para pessoa. Existem motivações individuais e coletivas, que persistem e outras que se modificam ao longo do percurso. A motivação sempre tem a ver com objetivos, isto é, com o interesse aonde determinada pessoa ou grupo pretende chegar. Algumas motivações são inatas, como a de conseguir alimento para satisfazer a fome. Mas a maioria delas é adquirida, depende da cultura, e do que as pessoas privilegiam como necessidade. Alguns estudiosos distinguem quatro tipos básicos de necessidades: psicológicas (comer e se vestir), segurança (ordem, estabilidade, rotina), social (amor, afeição, pertencimento), estima (prestígio, independência, status) e autorrealização (emprego e sucesso). Essas motivações são categorizadas a partir de uma perspectiva sociológica, que leva em consideração a relação necessidade e consumo. Mas na perspectiva cristã, existem outras motivações, dentre elas: fé, esperança e amor (I Co. 13. 13; I Ts. 1.3). Os profissionais que atuam na área de marketing são especialistas em identificar as motivações das pessoas. Outra especialidade da propaganda é a de construir necessidades. O consumismo – que não pode ser confundido com consumo - se alimenta da criação de necessidades e motivações.  O cristianismo pode, em alguns contextos, ser comparado a uma mercadoria. Há pessoas que o compram de acordo com suas conveniências, a esse respeito Paulo chamou a atenção do jovem pastor Timóteo e da igreja que este liderava (II Tm. 4.1-4).

2. AS FALSAS MOTIVAÇÕES DO CRENTE: O crescimento dos movimentos evangélicos e católicos(vários movimentos) no Brasil tem favorecido a existência de uma geração de cristãos cujas motivações nada têm de bíblicas. Algumas dessas pessoas estão aderindo às igrejas pelos motivos mais diversos e descabidos. A adoção de um modelo mercantilista, pautado na prosperidade financeira, está atraindo pessoas para as igrejas com interesses meramente monetários. Não são poucas as pessoas que se achegam às igrejas perguntando: o que eu vou ganhar com isso? Os discursos propagados por algumas igrejas televisivas mostram essa realidade. Os adeptos dessa teologia deturpada testemunham da fortuna que fizeram ao adquirir o “produto” de determinada igreja. Há “artistas”, que na verdade nada entendem de arte, que vem para a igreja depois do fracasso na mídia. Como não conseguem mais se projetar na mídia, inventam que são cristão para venderem seus cds dentro das camadas religiosas movimentais. As músicas por eles compostas são de péssima qualidade, não passam de vãs repetições, não têm qualquer respaldo bíblico. O culto, melhor dizendo "reuniões" às celebridades instantâneas e temporárias, decorrentes dos realities shows, também alcançou as igrejas em geral. Houve um tempo em que as pessoas eram respeitadas pelo conhecimento bíblico que tinham, e pela vida que testemunhavam. A exposição da Bíblia está sendo substituída, em alguns púlpitos, pelos tristemunhos desses “artistas”. Em entrevista a um canal de televisão, uma modelo (não sei para quem) afirmou que frequentava a igreja porque saia daquele lugar com “alto astral”. As motivações dessas pessoas, ao aderiram a essas igrejas, são meramente utilitaristas. Os “pastores” estão alimentando esse ciclo na medida em que propagam um evangelho que não e o de Jesus Cristo (Gl. 1.9).

3. AS VERDADEIRAS MOTIVAÇÕES DO CRENTE: As motivações verdadeiras do cristão são respaldadas pela Palavra de Deus, isso porque é Deus, e não o homem, que diz o que realmente necessitamos. A primeira necessidade do ser humano é a de um Salvador. O salário do pecado é a morte, a condenação eterna (Rm. 6.23), e como todos pecaram (Rm. 3.23), a salvação torna-se uma necessidade prioritária. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16). Essa é uma mensagem simples, mas que está sendo esquecida em muitas igrejas. O novo nascimento e a santificação tornaram-se doutrinas impopulares, por isso, não são mais ensinadas, é mais vantajoso – principalmente do ponto de vista financeiro - instigar à prosperidade. Mas isso tudo é vaidade, é aflição de espírito, ou como verte uma tradução de Ec. 2.17, é “correr atrás do vento”. A principal motivação do cristão deve ser dar glória a Deus, viver para Ele, pois para isso fomos criados (Is. 47.12; I Co. 10.31; Ef. 1.12). A teologia predominante no contexto das igrejas cristã brasileiro é antropocêntrica, isto é, coloca o ser humano no centro, ao invés de Deus. O cristão não foi chamado para a fama, mas para a simplicidade (Mt. 10.16), a ostentação não é cristã, no evangelho de Cristo não há lugar para soberba (Jo. 13.34,35). O próprio Cristo veio para servir, não para ser servido (Mc. 10.42-45), quem quiser ser o primeiro no Reino de Deus que seja o último (Mt. 20.27). O Reino de Deus está acontecendo, neste exato momento, longe dos holofotes da mídia. Os lideres estão labutando para Deus no anonimato. O discurso do sucesso tem atingido muitos cristão, resultando em uma geração de decepcionados, em virtude das irrealizações. O próprio líder, excelente quando levado a sério, não ficou para todos (I Tm. 3.1-7), e alguns cristão, por não conseguirem chegar a essa posição eclesiástica, também se frustram.

CONCLUSÃO: A verdadeira motivação do cristão deve ser sempre a de estar com Cristo, a de permanecer nEle, independentemente das circunstâncias, para dar frutos (Jo. 15.1-8). E justamente crescer em santidade, desenvolvendo o fruto do Espírito, deveria ser a meta de todo cristão genuíno (Gl. 5.22). Cristo não prometeu riqueza, fama e poder no presente século. Por isso, a motivação verdadeira do crente deve ser a de continuar no centro da vontade de Deus (Rm. 12.1,2). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!