A oração do Pai nosso faz parte da vida dos cristãos. Mas, orações decoradas podem nos levar a dizer palavras de forma impensada. No Pai nosso, pedimos pelo pão de cada dia. Não pedimos pelo pão para o mês inteiro nem para o ano inteiro e, muito menos, para a vida toda. Este detalhe não é casualidade.
O Povo de Deus, quando caminhou pelo deserto, sentiu fome. A primeira lembrança que tiveram foi da comida farta no Egito (v. 3). Dirigindo-se a Moisés, expressaram o seu descontentamento. Deus ouviu o clamor e enviou o maná, uma espécie de pão. As instruções sobre como procederem com ele colocaram à prova a obediência e a fidelidade do povo. O pão que caiu em forma de orvalho deveria ser recolhido a cada dia, em proporção ao número de pessoas de cada família. E o detalhe: o prazo de validade do pão era exatamente um dia: "Ninguém deverá guardar nada para o dia seguinte".
Nem todos obedeceram. Recolheram a mais. No dia seguinte, o pão "estava cheio de bichos e cheirava mal" (v.20). É verdade que, em outras passagens bíblicas, recomenda-se a prudência. É importante zelar pela colheita para que se tenha pão na entressafra. Mesmo assim, quando pedimos pelo pão nosso de cada dia, somos desafiados a perguntar-nos se uma parte do que acumulamos não "está cheirando mal". Pode ser que esta parte que falta na mesa do seu próximo seja a que mé dá uma falsa sensação de segurança e que me impede de confiar em Deus.
Oremos:
Senhor, nosso Deus! Alimentaste o teu povo no deserto. Através do teu Filho, alimentaste a multidão com cinco pães e dois peixes. Também nós te agradecemos pelo pão de cada dia. Ajuda-nos a sermos prudentes. Acima de tudo, ajuda-nos a repartimos, pois nada nos pertence, tudo vem de ti. Amém...
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