INTRODUÇÃO: Existem
pessoas que se tornam evangélicas por vários motivos: financeiros,
políticos, entre outros. Os discípulos perguntaram a Jesus o que eles
receberiam por terem deixado tudo para segui-LO (Mt. 19.27). Paulo
atestou que muitos seguem a Cristo por razões diversas (Fp. 1.17,18). No
estudo desta semana estudaremos a esse respeito, mostraremos que nem
todas as motivações do cristão, em relação ao seguir a Cristo, são
verdadeiras.
1. MOTIVAÇÕES E MOTIVAÇÕES: A
palavra motivação, no dicionário, é definida como uma força interna que
faz com que as pessoas tomem determinadas decisões e atitudes. As
motivações são as mais diversas, e elas, na maioria das vezes, variam de
pessoa para pessoa. Existem motivações individuais e coletivas, que
persistem e outras que se modificam ao longo do percurso. A motivação
sempre tem a ver com objetivos, isto é, com o interesse aonde
determinada pessoa ou grupo pretende chegar. Algumas motivações são
inatas, como a de conseguir alimento para satisfazer a fome. Mas a
maioria delas é adquirida, depende da cultura, e do que as pessoas
privilegiam como necessidade. Alguns estudiosos distinguem quatro tipos
básicos de necessidades: psicológicas (comer e se vestir), segurança
(ordem, estabilidade, rotina), social (amor, afeição, pertencimento),
estima (prestígio, independência, status) e autorrealização (emprego e
sucesso). Essas motivações são categorizadas a partir de uma perspectiva
sociológica, que leva em consideração a relação necessidade e consumo.
Mas na perspectiva cristã, existem outras motivações, dentre elas: fé,
esperança e amor (I Co. 13. 13; I Ts. 1.3). Os profissionais que atuam
na área de marketing são especialistas em identificar as motivações das
pessoas. Outra especialidade da propaganda é a de construir
necessidades. O consumismo – que não pode ser confundido com consumo -
se alimenta da criação de necessidades e motivações. O cristianismo
pode, em alguns contextos, ser comparado a uma mercadoria. Há pessoas
que o compram de acordo com suas conveniências, a esse respeito Paulo
chamou a atenção do jovem pastor Timóteo e da igreja que este liderava
(II Tm. 4.1-4).
2. AS FALSAS MOTIVAÇÕES DO CRENTE: O
crescimento dos movimentos evangélicos e católicos(vários movimentos)
no Brasil tem favorecido a existência de uma geração de cristãos cujas
motivações nada têm de bíblicas. Algumas dessas pessoas estão aderindo
às igrejas pelos motivos mais diversos e descabidos. A adoção de um
modelo mercantilista, pautado na prosperidade financeira, está atraindo
pessoas para as igrejas com interesses meramente monetários. Não são
poucas as pessoas que se achegam às igrejas perguntando: o que eu vou
ganhar com isso? Os discursos propagados por algumas igrejas televisivas
mostram essa realidade. Os adeptos dessa teologia deturpada testemunham
da fortuna que fizeram ao adquirir o “produto” de determinada igreja.
Há “artistas”, que na verdade nada entendem de arte, que vem para a
igreja depois do fracasso na mídia. Como não conseguem mais se projetar
na mídia, inventam que são cristão para venderem seus cds dentro das
camadas religiosas movimentais. As músicas por eles compostas são de
péssima qualidade, não passam de vãs repetições, não têm qualquer
respaldo bíblico. O culto, melhor dizendo "reuniões" às celebridades
instantâneas e temporárias, decorrentes dos realities shows, também
alcançou as igrejas em geral. Houve um tempo em que as pessoas eram
respeitadas pelo conhecimento bíblico que tinham, e pela vida que
testemunhavam. A exposição da Bíblia está sendo substituída, em alguns
púlpitos, pelos tristemunhos desses “artistas”. Em entrevista a um canal
de televisão, uma modelo (não sei para quem) afirmou que frequentava a
igreja porque saia daquele lugar com “alto astral”. As motivações dessas
pessoas, ao aderiram a essas igrejas, são meramente utilitaristas. Os
“pastores” estão alimentando esse ciclo na medida em que propagam um
evangelho que não e o de Jesus Cristo (Gl. 1.9).
3. AS VERDADEIRAS MOTIVAÇÕES DO CRENTE: As
motivações verdadeiras do cristão são respaldadas pela Palavra de Deus,
isso porque é Deus, e não o homem, que diz o que realmente
necessitamos. A primeira necessidade do ser humano é a de um Salvador. O
salário do pecado é a morte, a condenação eterna (Rm. 6.23), e como
todos pecaram (Rm. 3.23), a salvação torna-se uma necessidade
prioritária. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo para que todo aquele que
nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16). Essa é uma
mensagem simples, mas que está sendo esquecida em muitas igrejas. O novo
nascimento e a santificação tornaram-se doutrinas impopulares, por
isso, não são mais ensinadas, é mais vantajoso – principalmente do ponto
de vista financeiro - instigar à prosperidade. Mas isso tudo é vaidade,
é aflição de espírito, ou como verte uma tradução de Ec. 2.17, é
“correr atrás do vento”. A principal motivação do cristão deve ser dar
glória a Deus, viver para Ele, pois para isso fomos criados (Is. 47.12; I
Co. 10.31; Ef. 1.12). A teologia predominante no contexto das igrejas
cristã brasileiro é antropocêntrica, isto é, coloca o ser humano no
centro, ao invés de Deus. O cristão não foi chamado para a fama, mas
para a simplicidade (Mt. 10.16), a ostentação não é cristã, no evangelho
de Cristo não há lugar para soberba (Jo. 13.34,35). O próprio Cristo
veio para servir, não para ser servido (Mc. 10.42-45), quem quiser ser o
primeiro no Reino de Deus que seja o último (Mt. 20.27). O Reino de
Deus está acontecendo, neste exato momento, longe dos holofotes da
mídia. Os lideres estão labutando para Deus no anonimato. O discurso do
sucesso tem atingido muitos cristão, resultando em uma geração de
decepcionados, em virtude das irrealizações. O próprio líder, excelente
quando levado a sério, não ficou para todos (I Tm. 3.1-7), e alguns
cristão, por não conseguirem chegar a essa posição eclesiástica, também
se frustram.
CONCLUSÃO: A
verdadeira motivação do cristão deve ser sempre a de estar com Cristo, a
de permanecer nEle, independentemente das circunstâncias, para dar
frutos (Jo. 15.1-8). E justamente crescer em santidade, desenvolvendo o
fruto do Espírito, deveria ser a meta de todo cristão genuíno (Gl.
5.22). Cristo não prometeu riqueza, fama e poder no presente século. Por
isso, a motivação verdadeira do crente deve ser a de continuar no
centro da vontade de Deus (Rm. 12.1,2). PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário